MULHERES NEGRAS INVISÍVEIS NA CIÊNCIA: promovendo o interesse científico entre discentes negras no espaço escolar.
Palavras-chave:
Educação científica. Cientistas negras. Ensino de ciências.Resumo
A ciência tem sido historicamente marcada por desigualdades de gênero e raça, excluindo mulheres negras do campo científico. Embora avanços tenham ocorrido, barreiras persistem, especialmente no recorte racial. Este estudo investiga como o contexto escolar pode estimular a curiosidade científica entre discentes negras, por meio de estratégias pedagógicas que valorizam referências femininas negras. A pesquisa, de abordagem quantitativa e qualitativa, foi realizada na EEMTI Professora Maria Dolores Arrais, em Campos Sales - CE, em 2024. A coleta de dados incluiu questionários pré e pós-intervenção e observação participante em atividades educativas. O estudo fundamenta-se em teorias sobre interseccionalidade de gênero e raça na ciência (Schiebinger, 2008) e sobre desigualdades estruturais no acesso acadêmico (Dias; Luz, 2014; Braga; Lima, 2015b).Os resultados indicam a baixa representatividade de cientistas negras no ensino de ciências, refletindo na pouca identificação das alunas com a área. Inicialmente, apenas 10% conheciam alguma cientista negra, e 74% não associavam sua identidade racial à curiosidade científica. Com as intervenções pedagógicas, observou-se maior reconhecimento das contribuições de mulheres negras na ciência e aumento do interesse das estudantes. Conclui-se que abordagens pedagógicas inclusivas favorecem a construção de uma identidade científica positiva, ampliando as oportunidades de inserção dessas jovens na ciência.