HUSSERL E A FILOSOFIA QUE QUEREMOS ENSINAR
Palavras-chave:
Filosofia, Ensino de filosofia, CurrículoResumo
Este trabalho tem o objetivo de analisar, a partir de Husserl, algumas matrizes curriculares e referenciais teóricos que orientam o ensino de filosofia no Ensino Médio. Em suas Meditações Cartesianas, Husserl diz que os filósofos geralmente se encontram, mas não suas filosofias evidenciando, para ele, uma crise no pensamento filosófico por não ter uma unidade, o que o faz retomar as Meditações de Descartes sobre uma filosofia universal e propor, a partir dela, uma fenomenologia transcendental como a filosofia, resolvendo, assim, a falta de unidade no pensamento filosófico. Apesar de sua intencionalidade, podemos dizer que não apenas esta unidade não foi conseguida como há muito mais filosofias hoje do que em sua época, o que torna problemática a filosofia pensada por ele e a filosofia que queremos ensinar. Isto pode ser evidenciado nas diferentes matrizes curriculares de filosofia pensadas em alguns documentos institucionais do Brasil e do Ceará, além das questões do Enem e do vestibular da UECE, e nos referenciais teóricos de cada filósofo-professor em particular. A questão deste trabalho é, portanto: qual a filosofia que queremos ensinar tendo em vista as diferentes matrizes e referenciais teóricos? Em vez de retomar a ideia de uma identidade filosófica como pretende Husserl, nosso objetivo é afirmar que o ensino das diferentes filosofias demonstra que a filosofia não é grega ou europeia, e não pode ser reduzida a uma única filosofia, mas que, apesar das diferentes matrizes e referenciais teóricos, podemos dizer que é a mesma filosofia em alguns aspectos.
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