FORMAÇÃO CONTINUADA E O ENSINO DE ESTUDANTES SURDOS:

análise das percepções dos docentes de uma escola pública do Estado do Ceará

  • Otávio Vieira Sobreira Júnior Secretaria da Educação do Estado do Ceará
  • Camila Tauane Monteiro do Nascimento Porfírio Universidade Estadual do Ceará (UECE)
  • Germana Costa Paixão Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Palavras-chave: Educação inclusiva., Formação de professores, Ensino de surdos

Resumo

Esta pesquisa se propôs a analisar como tem se dado a formação continuada de professores do ensino regular de estudantes surdos do Ensino Fundamental – Anos Finais, tendo natureza qualitativa e exploratória, sendo desenvolvida utilizando como procedimento metodológico o Estudo de Caso, com o uso de um questionário aplicado junto a dez professores do ensino regular, atuantes em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Maracanaú (região metropolitana de Fortaleza – Ceará), que tinham em suas turmas estudantes surdos. Os resultados sugerem que a inclusão escolar pressupõe mudanças na  estrutura escolar e que muitos professores que trabalham com estudante surdos ainda estão distantes do domínio das metodologias inclusivas e com déficit na formação continuada em educação especial, seja por uma jornada de trabalho muito intensa ou pela baixa oferta de cursos de formação em educação especial e inclusiva; e, para ter profissionais capacitados para atender estudantes surdos em sala de aula é preciso investimentos por parte dos sistemas de ensino bem como na perspectiva da auto formação do professor, que, em conjunto com as políticas públicas, maiores possibilidades de aprendizagem poderá fornecer ao discente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Otávio Vieira Sobreira Júnior, Secretaria da Educação do Estado do Ceará

Estudante do Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino da Universidade Estadual do Ceará (início em 2021). Funcionário Público do Estado do Ceará, atualmente lotado como Orientador da Célula de Desenvolviemento da Escola e da Aprendizagem da SEFOR 1, atuando diretamente com a Formação de Docentes e Coordenadores Escolares. Trabalhando como Professor Formador e Tutor à Distância do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará (UECE/UAB). Membro do corpo docente da Faculdade Vale do Jaguaribe. Possui graduação (Licenciatura e Bacharelado) em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (2010), pós-graduação Latu Sensu em Gestão Escolar e Coordenação (540 Horas) pela Faculdade Católica Nossa Senhora das Vitórias. Tem experiência nas áreas de Educação, Gestão Escolar, Formação de Professores, Formação de Gestores da Educação Básica, Tutoria em EaD, Treinamento de Pessoal, Educação, Avaliação Educacional, Biologia Geral, Biologia Molecular e Botânica e Melhoramento Genético.

Camila Tauane Monteiro do Nascimento Porfírio, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Possui graduação em Biotecnologia pela Universidade Federal do Ceará (2010-2014). Mestrado em Bioquímica - UFC (2014-2016). Doutorado em Bioquímica - UFC (2016-2020). Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará (2017-2021) Possui experiência na área de Microbiologia, Bioquímica e Biologia Molecular e Biotecnologia, com ênfase em expressão heteróloga, atuando principalmente nos seguintes temas: solubilização e purificação de proteína recombinante, corpos de inclusão. Atualmente é professora do Ensino Médio e pré-vestibular (Química e Biologia) de uma escola particular em Fortaleza e Professora Substituta da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Germana Costa Paixão, Universidade Estadual do Ceará (UECE)

Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Ceará (1997), Mestre em Patologia pela Universidade Federal do Ceará (2000) e Doutora em Microbiologia Médica/UFC (2021). Professora Adjunta da Universidade Estadual do Ceará desde 2000 e Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas a distância UECE/Universidade Aberta do Brasil (UAB) desde 2009. Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Fametro/UNIFAMETRO. Leciona as disciplinas de Microbiologia, Parasitologia e Exames Laboratoriais. É líder do grupo de pesquisas certificado pelo CNPq "Tecnologias educacionais e educação a distância". Desenvolve pesquisas nas áreas de taxonomia de dermatófitos, fungos anemófilos, produção de material em Microbiologia e educação a distância.

Referências

BALBINOT, A. D. A Educação Especial no Ceará: um estudo da evolução dos indicadores entre 2005 e 2014. Cinergis, v. 17, n. 1, 2016.

BANDEIRA, D. Material didático: conceito, classificação geral e aspectos da elaboração. Materiais didáticos. Curitiba, PR: IESDE, p. 13-34, 2009.

BRASIL. Decreto n. 7.611. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2011.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Atualizada pela redação dada pela Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Ministério da Educação, Brasília, DF, 05 abr. 2013, p.1.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília; 4(2):15-25, 1996.

BUENO, J. G. S; MARIN, A. J. Crianças com necessidades educativas especiais, a política educacional e a formação de professores; dez anos depois. In: CAIADO, Kátia Regina Moreno; JESUS, Denise Meyrelles; BAPTISTA, Claudio Roberto (Org.). Professores e educação especial: formação em foco. Porto Alegre: Mediação, p. 111-130, 2011.

CARNEIRO, R. U. C.; UEHARA, F. M. A inclusão de estudantes público-alvo da educação especial no ensino fundamental I através do olhar dos professores. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 11, n. 2, p. 911-934, 2016.

DA COSTA, L.; DOS SANTOS, L. F. Adaptação de materiais/recursos na educação de surdos: uma revisão bibliográfica. Comunicações, v. 25, n. 3, p. 293-320, 2018.

DE MORAIS SCHUBERT, S. E.; DA SILVA, R. Q.; COELHO, L. A. B. Os desafios da inclusão do surdo/The challenges of deaf inclusion. Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 9, p. 13891-13909, 2019.

FERNANDES, J. M. Propostas alternativas para a educação inclusiva a surdos: enfoque nos conteúdos de balanceamento de equações químicas e estequiometria para o Ensino Médio. Dissertação de Mestrado. UFSC, 2016.

FERREIRA, W. M.; et. al. Dez Anos da Lei da Libras: Um Conspecto dos Estudos Publicados nos Últimos 10 Anos nos Anais das Reuniões da Sociedade Brasileira de Química. Química Nova na Escola,v. 36, n. 3, p.185-193, 2014.

FIGUEIRA, E. Introdução geral à educação inclusiva. São Paulo: Figueira Digital/Agbook, 2019.

FREITAS, O. Equipamentos e materiais didáticos. Brasília: Universidade de Brasília,
132 p., 2007.

FREITAS, S. L.; PACIFICO, J. M. Formação continuada: um estudo colaborativo com professores do Ensino Médio de Rondônia. Interações (Campo Grande), v. 21, n. 1, p. 141-153, 2020.

LACERDA, C. B. F.; SANTOS, L. F. dos; CAETANO, J. F. Estratégias metodológicas
para o ensino de estudantes surdos. In: LACERDA, C. B. F. de; SANTOS, L. F. dos (Orgs.).
Tenho um estudante surdo, e agora? Introdução à Libras e Educação de surdos. São Carlos:
EDUFSCar, p. 185-200, 2013.

LIKERT, R. A technique for the measurement of attitudes. Archives of Psychology. v. 22, n. 140, p. 44-53, 1932.

LORENZETTI, M. L. A inclusão do estudante surdo no ensino regular: a voz das professoras. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina, 2001. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/79505. Acesso em 19/12/2020.

MARACANAÚ. Lei nº 1.865, de 15 de junho de 2012. Aprova o Plano Municipal de Educação do Município de Maracanaú, para o Decênio 2012 a 2021. Maracanaú: Câmara Municipal, [2012]. Disponível em: https://camaramaracanau.ce.gov.br/leis-municipais-2019/. Acesso em: 26 maio 2020.

MONTEIRO, Y. S. As estratégias utilizadas pelos intérpretes de Libras nas aulas de inglês em escolas da rede pública. Dissertação. Universidade Federal do Ceará, 2018. Disponível em http://repositorio.ufc.br/handle/riufc/36402. Acesso em 19/12/2020.

OLIVEIRA, J.B.de. Educação inclusiva: (re) pensando a formação de professores. Monografia. Universidade Federal da Fronteira Sul. SC, 2016. Disponível em http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/45335/1/2018_eve_rcfreitas.pdf. Acesso em 19/03/2022.

POKER, R. B.; MELLO, A. R. L. Inclusão e formação do professor. Journal of Research in Special Educational Needs, v. 16, n. 1, p. 619- 624, 2016.

PRIETO, R.G. Pesquisa sobre políticas de atendimento escolar a estudantes com necessidades educacionais especiais com base em fontes documentais. In: JESUS, D.M.; BAPTISTA, C.R.; VICTOR, S.L. (Org.). Pesquisa e educação especial: mapeando produções. Vitória: EDUFES, p.41-59, 2012.

RAFANTE, H. C.; SELINGARDI, S. C.; SILVA, S. D. O. D.; SILVA, L. V. Impactos da política de educação especial (2008) no Ceará e em Fortaleza. Educação e Pesquisa, v. 45, 2019.

REILY, L. H. As imagens: o lúdico e o absurdo no ensino de arte para pré-escolares surdos. In.: SILVA, I. R.; KAUCHAKJE, S.; GESUELI, Z. (Orgs.). Cidadania, surdez e linguagem: desafios e realidades. Cap. IX (pp.161-192). São Paulo: Plexus, 2003.

RODRIGUES, P. M. L.; LIMA, W. S. R.; VIANA, M. A. P. A importância da formação continuada de professores da educação básica: a arte de ensinar e o fazer cotidiano. Saberes Docentes em Ação, v. 3, n. 1, p. 28-47, 2017.

STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2 ed. Florianópolis: Ed. UFSC, 2009.

YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 2ª edição. Porto Alegre: Editora Bookman, 2001.
Publicado
14/09/2022