A CARTOGRAFIA SOCIAL NO CONTEXTO ESCOLAR: uma proposta didática para o reconhecimento do racismo ambiental

Resumo

Este trabalho analisa a aplicação da cartografia social como metodologia inspiracional para o ensino de Geografia, com foco em contextos de vulnerabilidade social e racismo ambiental. A cartografia social, ao engajar estudantes na criação de mapas participativos, proporciona uma reflexão sobre as dinâmicas socioespaciais e as desigualdades ambientais que afetam as populações. Com isso em foco, esta pesquisa visa demonstrar como essa abordagem pode ser incorporada ao currículo escolar para promover uma educação crítica e participativa, permitindo o desenvolvimento das habilidades de identificar, compreender e documentar vivências socioespaciais, com vista no reconhecimento e superação das injustiças socioambientais. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os conceitos e noções chave para o debate proposto, bem como o registro e a análise da aplicação da cartografia social no ambiente escolar. É importante salientar que o uso da cartografia social ocorreu tanto como metodologia de ensino, quanto como método qualitativo de compreensão das sociabilidades do grupo participante. As experiências realizadas com a cartografia social em sala de aula sugerem que estratégias que requerem e centralizam o envolvimento dos alunos podem levar ao maior engajamento em temas frequentemente vistos com desinteresse. Esse entusiasmo facilita também a busca pela compreensão crítica da realidade socioespacial em que os estudantes estão inseridos. A pesquisa conclui que a cartografia social tem um potencial significativo de contribuição para o ensino de Geografia, promovendo a conscientização sobre as injustiças sociais e ambientais no contexto brasileiro.