FISSURAS NO CHÃO DA FORMAÇÃO HUMANA:

considerações para um ser-fazer escola diferente

Resumo

Igrejas e escolas são instituições importantes e decisivas na formação humana. Ter ou não ter a presença de uma delas ou de ambas na vida de uma criança, por exemplo, causa um grande impacto no processo formativo da pessoa em formação. Filosoficamente, é certo que toda instituição - pela sua própria natureza e interesse - tem limitações estruturantes na sua forma e conteúdo de atuação. Não se trata aqui de comparar desatentamente ambas as instituições ou trazer as várias limitações de cada uma. Trata-se de procurar e/ou propor novas formas de conceber (ser) e criar (fazer) um ambiente escolar mais acolhedor, mais próximo da vida formativa em seu sentido amplo (não só o da educação formal). Para tanto, este texto segue uma metodologia expositiva que traz como referencial teórico e histórico o surgimento das comunidades eclesiais de base – CEBs e o compromisso educacional com uma educação menos desigual e mais justa. Isto porque existe um público-alvo que interliga os dois projetos de poder e influência: igrejas e escolas – principalmente as públicas e de periferia – tem cor, gênero, condição econômica e (des)valorização social próximas: na melhor das hipóteses, são instituições com pobres e para pobres. É necessário olhar com atenção a este cruzamento de públicos e traçar estratégias não só de sobrevivência coletiva, mas também de recriação e de invenção de novos modos de ser e de fazer escola.