AQUILOMBAMENTO NEILYTA:

as potencialidades da discussão racial e valorização da estética negra na EEEP Francisca Neilyta Carneiro Albuquerque

  • Mariana Antônia Santiago Carvalho Secretária de Educação do Ceará
  • Ketrinn Cris Coutinho Lopes Secretaria de Educação do Ceará
Palavras-chave: Educação antirracista., Interdisciplinaridade, Protagonismo discente, Conhecimento-emancipação

Resumo

Ainda antes da promulgação da lei 10.639 de 2003, que inclui e obriga a abordagem da História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares, docentes engajados em metodologias antirracistas já atuavam em sala de aula. A escola pública, reduto de formação da maior parcela da população e acolhedora dos menos favorecidos socialmente, é um reduto que agrega a diversidade racial tão peculiar à formação do Brasil. Partindo das reflexões de Abdias Nascimento (2019) e Beatriz Nascimento (2021) sobre a concepção moderna a respeito dos quilombos, a escola EEEP Francisca Neilyta Carneiro Albuquerque, localizada na cidade de Massapê, articulou um projeto intitulado Aquilombamento Neilyta com o objetivo de favorecer um espaço seguro de formação antirracista e autoconhecimento racial. Colocou-se em prática entre os meses de setembro a novembro de 2022 culminando com a criação de um ebook pelos alunos participantes. Os debates estabelecidos em cada encontro ecoaram na escola promovendo um fortalecimento da autoestima de aluno negros e a criação de vínculos com a história de militantes do Movimento Negro brasileiro e internacional. Como resultado, o impacto deve-se, principalmente, pelo engajamento dos alunos em atitudes protagonistas, de tal forma, que o projeto foi solicitado pelos participantes para ser continuado no ano de 2023, sendo acatada a solicitação pelo núcleo gestor. Percebe-se, dessa forma, que o Aquilombamento Neilyta mobilizou a comunidade escolar e se tornou uma estratégia para reduzir as injúrias raciais e suas ramificações.    

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Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Trada. Júlia Romão. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

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Publicado
05/09/2023
Seção
Relato de experiência