A LITERATURA INDÍGENA DE AURITHA TABAJARA COMO INSTRUMENTO DE LUTA E VALORIZAÇÃO DA MULHER PARA UMA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA E ANTIRRACISTA
Palavras-chave:
AurithaTabajara. Leitura. Literatura Indígena. Interdisciplinaridade.Resumo
Buscar conhecimento sobre a literatura de um país não está restrito somente aos cânones, mas primordialmente aos textos desenvolvidos por diversos povos que compõem a multiculturalidade de um local, ou seja, a literatura brasileira é constituída pelos escritos literários de diversos povos. Infere-se, assim, que a literatura indígena é parte integrante das vivências do brasileiro e é através dessas narrativas que as pessoas adentram na ancestralidade que permeia as raízes brasileiras. Dessa forma, este estudo busca compreender o valor dos textos cordelistas de Auritha Tabajara (2018), mulher indígena e nordestina, para o ensino de literatura através de uma pesquisa de cunho qualitativa pautada nos estudos realizados durante o curso de doutorado em educação na UFC e com base nos princípios na interdisciplinaridade de Luck (1994) e Bert (2007), assim como dos ideiais da literatura indígena de Puri (2020) e Silva (2021). Para isso, aplicou-se oficinas de leitura interdisciplinar do livro Coração na Aldeia, Pés no Mundo (2018) com alunos de uma escola profissionalizante do município de Caucaia e realizou-se produções artísticas, que representaram as percepções dos estudantes sobre a importância da leitura de textos indígenas e da valorização da mulher indígena como agente ativo da sociedade, através da escrita, do desenho e da pintura. Os resultados identificados mostram que os alunos apresentaram senso crítico, criatividade, abertura ao novo e conhecimento prévio para o estudo da literatura indígena, assim como tiveram a possibilidade de conhecer escritores indígenas e suas obras, consequentemente abrindo espaço para a construção de uma educação antirracista.
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